Ampliar o acesso às mais variadas produções é uma das propostas do 22º Festival de Cinema de Vitória, que acontece de 11 a 16 de setembro deste ano. Antecipando a semana do Festival, a Mostra Cinema de Bordas trará uma seleção de filmes que estão bem distantes do circuito comercial, nos dias 14 e 15 de agosto, no Cineclube Metrópolis /Ufes, em Vitória. A entrada é franca.

O pré-evento, programado para acontecer das 19h às 22h nos dois dias, tem curadoria da pesquisadora e professora de Cinema Bernadette Lyra, que criou o termo Cinema de Bordas em 2005, depois de uma série de estudos sobre filmes que apresentam características específicas de produção, realização e exibição. Ao final das sessões, haverá um debate com a curadora, com a diretora e produtora Saskia Sá e com o professor do Departamento de Comunicação Social da Ufes Fábio Camarneiro.

“São filmes alternativos, totalmente invisíveis aos olhos do público que frequenta as salas “multiplex” de hoje. São realizados com baixíssimo orçamento, técnicas precárias, falta de aparatos tecnológicos, amadorismo de atores e atrizes, diretores autodidatas e muita criatividade”, define Bernadette.

Produzidos nas mais diversas regiões do Brasil e de todos os gêneros, os filmes que serão exibidos sobrevivem “às bordas” do cinema comercial ou artístico, assumindo, sem medos e com humor, uma estética tosca, sob uma ótica caseira. “Nesta pequena mostra que antecede o 22º Festival de Cinema de Vitória, o Cine Metrópolis faz chegar aos espectadores filmes realizados em regiões rurais, cidadezinhas pequenas e subúrbios de grandes cidades”, aponta a curadora.

Bernadette Lyra é natural do Espírito Santo e colunista do jornal A Gazeta, de Vitória (ES). Fez pós-doutorado em Cinema pela Université René Descartes, Paris V, Sorbonne, França. Foi professora do curso de pós-graduação no Departamento de Cinema, Rádio e Tevê, da ECA/USP. Atualmente, é professora do Mestrado em Comunicação Audiovisual da Universidade Anhembi Morumbi/SP. É sócia fundadora da Sociedade Brasileira de Cinema e Audiovisual (Socine). Foi, várias vezes, eleita Membro do Conselho Deliberativo e Membro do Comitê Científico da Socine, e curadora de mostras de cinema em várias cidades do Brasil. Possui livros, capítulos de livros e artigos sobre cinema e audiovisual publicados no país e no exterior.

O 22º Festival de Cinema de Vitória é uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA) e conta com o patrocínio do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet, da Petrobras, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Rede Gazeta e da Prefeitura Municipal de Vitória, além do apoio do Canal Brasil, CiaRio, DOT, Mistika, Cinecolor, Cesan e Ufes.

 

Programação de filmes – Mostra Cinema de Bordas

14 de agosto de 2015 (Sexta-Feira)

Lembranças do Amanhã – Bruno Pereira (6 min./ 2012 / Manaus-AM).
Em um tempo que não se sabe se é agora ou outrora, uma adolescente fala da experiência de ter ficado frente a frente com a filha da mãe-d’água.

Degradação das Almas – Ismael Moura (16 min. / 2011/ Cuité-PB),.
Uma menina caminha sozinha arrastando uma boneca em meio a uma paisagem desolada e encontra criaturas estranhas pelo caminho.

No Rastro da Espoleta 3 – Bonerges Guedes e Vinicius Guedes (20 min. / 2013 / Catolé do Rocha-PB).
No Velho Oeste, um caçador de recompensas chega a uma cidade em busca de mais um trabalho e se surpreende ao saber que o bandido procurado é ele mesmo e que o xerife local está envolvido no roubo de 1 milhão de dólares.

Enigmas do Além – Igor Simões Alonso (14 min./ 2014 / Osasco-SP).
Por meio do “feitiço de amarração” – uma das magias presentes no Livro de São Cipriano –, um jovem apaixonado tenta conquistar o coração de uma garota.

Laboratório do Dr. Sepúlveda – Coffin Souza (8 min. / 2015 / Santa Catarina-SC).
O curta-metragem conta a história de Dr. Sepúlveda, um cientista especializado em criar “monstronecos”.

Aptidão – Sandro Debiazzi (6 min. / 2014 / Osasco-SP).
Um preso político é torturado no pau de arara e mantido vivo pelo médico. Anos depois, os fantasmas da tortura e dos torturadores ainda o perseguem e ele resolve finalmente morrer.

Carniçal – Rubens Mello (15 min. / 2015 / Guarulhos-SP).
Felipe é um garoto de vida dupla cuja relação com uma mulher mais velha não é aprovada pela mãe – uma mulher amarga. Com a chegada de um bando de ciganas, um segredo virá à tona, revelando um desfecho irreversível.

15 de agosto de 2015 (Sábado)

Tropa Zumbite 6, Bem-Vindos à Covacabana – Michel Klafke, (22 min. / 2014 / Rio de Janeiro-RJ). A Tropa Zumbite enfrenta um bloco de Carnaval zumbificado em Copacabana, ao mesmo tempo em que bate de frente com seus piores inimigos em um único dia: Duffy, Zumbella, Dra. Janice e o Prefeito Feijão.

Superamigos, o Dia dos Dinossauros – Valter Santos (9 min. / 2012 / Taubaté-SP). O anel do Lanterna Verde foi roubado e ele precisa de ajuda para encontrá-lo. É hora de todos os Superamigos entrarem em ação mais uma vez.

Os Últimos Dias de Papai Noel – Eduardo Aguilar (9 min. / 2003 / São Paulo-SP).
Na véspera da noite de Natal, Papai Noel chega de trem ao bairro de Perus, na periferia de São Paulo. Dois amigos jogam bilhar e são surpreendidos pela presença dele tomando café com uma dose de pinga. Eles reconhecem o bom velhinho que tanto aguardavam na infância, mas que, ao invés de entregar-lhes presentes, os roubava. Então, decidem sequestrá-lo.

O Duende – Vini Trash (5 min. / 2014 / Jacareí-SP). Os duendes são pequenos espíritos travessos, que vivem em um universo paralelo, mas interferem nos destinos humanos. Quando são bem tratados, eles ajudam nas tarefas domésticas, mas, se ficam zangados, podem aprontar das suas, inventando pesadelos para atrapalhar nossos sonos.

Sexta-Feira da Paixão – Ivo Costa (15 min. / 2014 / São Gonçalo do Bação-MG).
Sexta-Feira Santa relembra a crucificação de Cristo. Alguns acreditam que não se pode expressar felicidade nessa data, em respeito à tradição religiosa, mas nada se diz em relação ao medo.

William Shakespeare’s Macbeth do Tocantins – Sérgio Ricardo Soares (15 min./ 2012 / Palmas-TO).
A ambição de uma mulher, a fraqueza de espírito de um homem e uma profecia maldita. Essa combinação mancha de sangue os pequis de um reinado marcado pela loucura.

Enquanto Faço as Unhas – Cristiano Requião (28 min. / 2010 / Rio de Janeiro-RJ). No filme, Silvilene é uma costureira infeliz, casada com um evangélico que sonha em ser pastor. Para aliviar o sofrimento, ela passa as madrugadas na internet em sites de relacionamento, em busca de um amor verdadeiro. Silvilene, então, se depara com um comandante da Marinha que, mesmo distante, inspira confiança e carinho.

O Estripador da Rua Augusta – Geisla Fernandes e Felipe Guerra (19 min. / 2014 / São Paulo-SP), Ela é uma vampira com muitos séculos de existência; ele é um implacável serial killer. Ela vive como prostituta nos inferninhos da Rua Augusta; ele, retalhando garotas de programa no mesmo endereço. Quando eles se encontram – ambos sedentos de sangue –, o resultado é devastador.

Confira outras informações no site do 22º Festival de Cinema de Vitória!

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